Da série: E a vida nos prega cada peça!



Aqui em Portugal seria:

"Da série: e a vida nos
prega cada partida!"
Em homenagem a
essas "partidas",
essas "peças" que
nos surpreendem e
até assustam, deixo
aqui um lindo poema de
Pablo Neruda:

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É assim que te quero,
amor, assim, amor,
é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas os cabelos
e como a tua boca sorri,
ágil como a água da fonte
sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei,
nem donde vem
nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita de luz e pão e sombra,
eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã
quiserem ouvir
o que não lhes direi,
que o leiam aqui
e retrocedam hoje
porque é cedo para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos
apenas uma folha da
árvore do nosso amor,
uma folha que há-de cair
sobre a terra como se a
tivessem produzido
os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo
e a ternura de um amor verdadeiro.
(Neruda)

Comments

Anonymous said…
A vida puxa muitas vezes o tapete, e quando não temos onde nos segurar, só paramos no chão!

Cair também faz bem porque nos ensina mais qualquer coisa: a nos levantarmos.

Parabéns por mais um texto lindo.
Alguém said…
A Dizer: nada

A Sentir: muito

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